Carnaubeira da Penha, 1962. Vive e trabalha no Recife

O artista iniciou em 1999 uma pesquisa para a criação de uma nova raça de cachorros. Formado em zootecnia, o artista desenvolveu uma observação das espécies que, somada a pesquisas plásticas e sobre teoria e crítica de arte, tornaram-se a estrutura do projeto Base central cão mulato. O cachorro vira-latas aparece em obras paradigmáticas da literatura brasileira, a exemplo de Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto. Esses personagens correspondem a tentativas de representar a mestiçagem no país. A hibridização dos seres e da cultura, sua convergência, formação, práticas e poéticas dirigem a atenção do artista.
Barrus foi convidado a integrar o programa de residências de Frestas, dentre outras ações, para plantar uma muda de Imburana no Jardim Botânico de Sorocaba. A madeira é muito utilizada pelos artesãos do agreste de Pernambuco para esculpir santos. Em ameaça de extinção, tem sido foco de investimentos da Associação de Santeiros de Ibimirim, responsável pelo plantio de cerca de mil árvores. O artista aderiu à causa e organizou um projeto de financiamento coletivo (crowdfunding) para adquirir um lote de terras destinado ao reflorestamento, contrariando a especulação imobiliária que vem ocorrendo na cidade. Assim como em Base..., configura-se, dessa forma, uma escultura socioambiental, no sentido de algo que articula agentes por uma intervenção real.

Obras

Projeto imburana, 2017
técnica mista
PARTICIPAÇÃO de Yann Beauvais, diretor
do filme Derrubada não!