São Paulo, 1978

Parte de uma geração de artistas paulistanos que desde a virada dos anos 2000 investiga modos de pensar a esfera pública, André Komatsu concebe trabalhos de forte carga matérica e construtiva, que decodificam, no tempo e pela ação, noções estanques de espaço aos quais estamos habituados. O artista também lança mão de um amplo e heterogêneo vocabulário conceitual e formal, que tenciona as relações de poder e as negociações inerentes ao convívio em ambientes urbanos.

Do início da carreira, Oeste ou até onde o sol pode alcançar (2006) é uma performance registrada em vídeo. O próprio Komatsu percorre de maneira hercúlea um trecho longo na cidade de São Paulo, na tentativa de acompanhar integralmente o trajeto do sol, do extremo leste ao extremo oeste do perímetro urbano. Além desta obra, um projeto inédito foi pensado para uma praça de Sorocaba, em frente à rodoviária. Feita em ferro, vidros e espelho, a estrutura conjuga opostos como contenção e abertura, passagem e impedimento, vista e opacidade, público e privado.