Sancti Spiritus, 1970. Vive em Düsseldorf

As práticas artísticas de Diango Hernández estão em relação direta com a cultura tropical caribenha e o contexto sociocultural e geopolítico cubano. Os embargos e as crises econômicas, os conflitos cubano-americano, a ideologia socialista, a Cuba pré e pós-revolucionária são temas recorrentes em suas construções escultóricas e pictóricas.

Hernández, que também é designer e arquiteto, participou por dez anos do Ordo Amoris Cabinet, coletivo de artistas e designers cubanos que, no contexto da ideologia soviética e da precariedade material, tecnológica e econômica, projetaram objetos que assumiam essa situação como atributos – de forma similar ao que se reconhece como estética da gambiarra na cultura brasileira. O resultado era um híbrido, feito com toda sorte de materiais, que provisoriamente tinha a forma e a função de um objeto de “design”. A capacidade de criar soluções engenhosas com recursos limitados está em consonância com o cotidiano dos cubanos, que pelas contingências aprenderam a transformar a escassez material, financeira e tecnológica em uma força criativa original.

Obra

Leg me, Chair me, Love me [Me perna, me cadeira, me ama], 2010
cadeira, luz, madeira e motor
Coleção Moraes Barbosa, São Paulo