Cualicán, 1963. Vive na Cidade do México

Teresa Margolles dedica sua produção a investigar a violência que assola o México, principalmente devido ao narcotráfico. Longe da abordagem que associa a morte à alegria na cultura visual mexicana, o trabalho da artista reúne documentos e incita um debate público sobre esse problema que, de tão persistente, tornou-se sistêmico no país.
A artista trabalhou para o Serviço Médico Forense entre 1993 e 1998, e a função de legista gerou subsídios para uma pesquisa sobre a ambiência dos necrotérios, os estágios de desintegração do corpo e a burocracia legal que se segue às mortes por assassinato, que foi investida, ao longo dos anos, em performances, vídeos, instalações e objetos escultóricos nos quais o espectador, muitas vezes por meio de contato físico direto, vivencia uma associação incômoda entre estetização e violência.
Na Bienal de Veneza de 2009, Margolles apresentou a instalação Bandera [Bandeira], composta de um tecido entintado com sangue coletado nas ruas e hasteado ao lado da bandeira mexicana.
Em Ajuste de cuentas [Ajuste de contas] (2007), confeccionou joias com ouro 18 quilates e, em vez de diamantes ou outras pedras preciosas, utilizou estilhaços de vidro extraídos de corpos assassinados em confrontos e tiroteios entre policiais, militares e narcotraficantes.

Obras

Ajuste de cuentas [Ajuste de contas], 2007
vidro e ouro

Ajuste de cuentas 2 [Ajuste de contas 2], 2007
vidro e ouro

Ajuste de cuentas 9 [Ajuste de contas 9], 2007
vidro e ouro

Ajuste de cuentas 15 [Ajuste de contas 15], 2007
vidro e ouro

Ajuste de cuentas 17 [Ajuste de contas 17], 2007
vidro e ouro