Rio de Janeiro, 1984. Vive em São Paulo

Através de gestos como rasgar, amassar, rasurar, colar, quebrar e manchar, Pedro França tem investigado formas de evocar um lugar de murmúrio e indeterminação, além de assumir como positivos, processos de desmontagem e destruição. Interessado em uma escala que possibilite experiências imersivas, seus trabalhos recentes estabelecem diálogos diretos com a Cia. Teatral Ueinzz, da qual é também integrante. Configura-se, assim, uma produção que se desloca entre o lugar dos objetos de cena, em peças de teatro, e o de obras de arte para exposições.
Em instalações como Ueinzz Mix #1 (Cais de ovelhas) (2015) e Especulante paraíso (2016), França combina estruturas, objetos e fragmentos de materiais diversos em emaranhados que parecem se multiplicar e proliferar como fungos, sem contornos bem definidos nem hierarquia evidente entre as partes. Roupas, tapeçaria e materiais como madeira, papéis, plásticos, alumínio e cimento são apropriados e virammatéria-prima das obras.
Na Trienal, o artista apresenta Archichroma (2017), um vídeo e uma instalação na área do anfiteatro externo do Sesc. A filmagem foi feita no período da montagem da mostra, usando a técnica de chroma key, bastante usada para se substituir o fundo de um estúdio por cenários projetados em imagem. Em Archichroma, por sua vez, são as figuras que se tornam superfícies de projeção, podendo então se camuflar e desaparecer ou serem vistas como outras coisas.

Obras

Archichroma, 2016
vídeo e objetos
AGRADECIMENTOS Yuli Yamagata