Ilustração: Wagner Linares

Hoje faz exatos 2017 anos que os habitantes do planeta Soro vivem pacificamente, todas pessoas do bem e de bem, ótimos hábitos e costumes, quase inertes, nada os tirava do sério.
A não ser aquilo que ocorreu três anos atrás…
“Mas é melhor não falar sobre isso, afinal já faz tempo e hoje estamos protegidos”.
Assim pensavam os nativos daquele planeta centralizado no universo.
Invasores descobriram uma fresta na barreira do passado e uma nova invasão é iminente. Seres estranhos, das mais variadas cores e formas, surgem, irrompendo no dia a dia dos moradores de Soro. Tomam escadarias, pontes, casas e fachadas de prédios.
“É preciso resistir antes que invadam nossas mentes!”, brada um representante qualquer.
Tarde demais, Soro foi invadida e trouxe à tona o maior medo de todos: a reflexão.


O texto acima é inspirado na obra Grão (2016), de Letícia Ramos, que está presente no Frestas – Trienal de Artes que comenta o desequilíbrio de uma colônia humana pós catástrofe.

Escrito por:

Danilo Silva